sexta-feira, 19 de abril de 2013
Florbela Espanca, a sonhadora...
Quando o sol vai caindo sobre as águas
Num nervoso delíquio d’oiro intenso,
Donde vem essa voz cheia de mágoas
Com que falas à terra, ó mar imenso?
… Tu falas de festins, e cavalgadas
De cavaleiros errantes ao luar?
Falas de caravelas encantadas
Que dormem em teu seio a soluçar?
Tens cantos d’epopeias? Tens anseios
D’amarguras? Tu tens também receios,
Ó mar cheio de esperança e majestade?!
Donde vem essa voz, ó mar amigo?…
… Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões numa saudade!
Florbela Espanca - Trocando olhares - 17/06/1916
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário